quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
Atolada em denúncias de corrupção e na mira da Pixuleco II, Gleisi recebeu “mimos” da OAS
O comprometimento da senadora Gleisi Helena Hoffmann, do PT do Paraná, nos escândalos de corrupção investigados pela Polícia Federal (Lava-Jato, Pixuleco II e Nessun Dorma) não para de crescer.
O envolvimento da petista vai desde denúncias envolvendo milhões (R$ 1 milhão em doação eleitoral "por fora", denunciada por Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, e R$ 7,2 milhões na Pixuleco II). Nova denúncia, feita pelo ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, revela que Gleisi não desprezava também "mimos" das empreiteiras quando ocupou a Casa Civil (2011-2014).
Em depoimento no âmbito da Operação Lava-Jato, Léo Pinheiro revelou seu apreço por presentear os petistas instalados no poder. E um dos principais alvos dos mimos de Pinheiro era a senadora Gleisi Hoffmann. O ex-presidente da OAS detalhou evidências de que os tais presentes, muito apreciados pela petista, foram efetivamente entregues.
Em 5 de setembro de 2012, Marcos Ramalho, secretário de Léo Pinheiro, enviou-lhe mensagem lembrando que no dia seguinte seria aniversário de Gleisi. "Dr. Zardi sugeriu que envie um Lenço da Hermès. tudo bem para o sr?", pergunta Ramalho, fazendo referência ao então diretor de Relações Institucionais da OAS, Roberto Zardi Ferreira.
No ano seguinte, não foi possível saber qual o presente dado à senadora paranaense, mas fica claro que a data não passou em branco. Em 18 de setembro de 2013, Ramalho escreveu: "Dr. Leo, a ministra Gleisi Hoffman enviou para o Senhor e D. Mariangela (mulher de Pinheiro) um cartão de agradecimento pelo (sic) lembrança do aniversario (sic) dela. Vou scanear (sic) e enviar para o Senhor".
Em 6 de setembro de 2014, novo presente para Gleisi. Mensagem de um número de celular sem identificação diz: "Sen. Gleisi Hoffmann foi entregue no final da tarde de ontem pelo Barreto em sua res. em Brasília".
A legislação não proíbe que políticos recebam presentes, mas o código de conduta dos servidores públicos veda que integrantes do Executivo recebam mimos superiores a R$ 100. Um lenço Hermès custa cerca de 300 euros (R$ 1.329,00) na Europa, enquanto que no Brasil o preço chega a até três vezes mais.
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